sexta-feira, outubro 28, 2011

Mais do mesmo...

       Eu quero-te de volta na minha vida, mas não consigo confiar em ti. Quero-te de volta mas não assim. Nem sei do que tenho saudades se tudo, no fim, era mentira ! Se no fundo tu nunca quiseste saber. Se todos estes anos não valeram de nada e eu fui apenas mais um meio para chegares a um fim.
        "A ironia da dor é querer que a pessoa que nos magoa seja a que nos consola", e a minha dor é bastante irónica... Porque tu fizeste tudo o que podia ser feito para deixares desfeita, desorientada e vazia, mas mesmo assim sinto a tua falta. Ainda que, agora, saiba que tudo não passou de uma mentira, a tua cínica preocupação, o teu cínico abraço, o teu cínico beijo na minha testa, na altura pareceu-me tão sincero. E eu tenho tantas, mas tantas saudades de sentir os teus braços a volta do meu corpo. Parecia tudo tão sentido que me fazia sentir segura, protegida.... Faça frio ou faça calor, eu nunca consigo dormir destapada. Tenho sempre que ter algo a cobrir-me o corpo. Preciso de me sentir protegida. Tu eras o meu cobertor nas atribulações da vida. Agora és a música no meu telemóvel que passo sempre à frente para não ouvir, mas que não sou capaz de apagar; És o numero no telemóvel que finjo não ter, mas que também não sou capaz de apagar; És a pessoa nas fotografias que finjo não conhecer. És a quem associo todas a frases mais sentidas dos livros. És a pessoa sobre a qual eu não consigo falar e que insiste em estar constante na minha vida. Por muito que tente evitar a tua presença está sempre manifesta em alguma coisa do meu dia-a-dia. Não te ter na minha vida foi como aprender a viver novamente, mas eu não vivo plenamente, eu quase que vivo... e "quem quase morreu está vivo, quem quase vive já morreu". Eu morri por dentro. Por muito que me custe a admiti-lo parte do que eu era, eras tu. Porque eu concentrava mais a minha atenção nas preocupações da tua vida do que nas preocupações da minha. Porque tu fazes parte de mim à quase uma vida inteira, e eu não consigo apagar esse facto.
        Ainda que eu ache que não te consigo ter novamente na minha vida, ainda que olhando para trás tenha a certeza que me usaste, da pior maneira possível, há algo em mim que me diz que mesmo assim houveram abraços sentidos, verdadeira preocupação da tua parte para comigo. Quer dizer... algures pelo caminho tu realmente gostavas de mim, certo? Eu realmente era a tua menina e tu afastavas os meus fantasmas. Algures pelo caminho nós fomos realmente como irmãos... certo?