sábado, abril 21, 2012

cartas a um desconhecido

          Não esperes que corra sempre atrás de ti, vai haver dias em que espero que o faças por mim. Não esperes que seja eu a dar o primeiro passo em tudo, vai haver dias em que esperarei que sejas tu a convidar-me para sair, que sejas tu a vires ter comigo, que sejas tu quem diz "bom dia" ou que sejas tu quem sente falta. Não esperes que me faça de convidada para te acompanhar a algum lado; se não me perguntares se quero ir eu também não direi nada. Não esperes que te peça para me vires acompanhar a casa, na maioria das vezes não o farei porque ainda sou muito senhora do meu nariz, mas gosto de ter mais uns minutos ao teu lado antes de ires embora. Não esperes que te pergunte onde estás ou com quem estás a toda a hora, ou que te pergunte sequer tal coisa, cabe-te a ti dizer-mo se achares importante e respeitoso dizer-me tal. Eu não te irei controlar. Irei ficar ruida por dentro por saber o que andaste a fazer eu irei ficar inquietante quando não me responderes, mas nã te direi nada, acredita que não irei demostrar qualquer tipo de descontentamento. Mas quando a desconfiança se instalar, quando eu também não te disser nada de mim, não me culpes por jogar perante as tuas regras.
           Não esperes que pergunte como estás a cada 5 segundos... porque quando eu perguntar e tu não quiseres responder, eu não perguntarei novamente. Quando estiveres preparado para me contar, estarei de ouvidos, ajudar-te-ei, irei encostar-te contra o meu peito, abraçar-te e dizer-te que irá tudo correr bem, mas terás de ser tu a dizer-me o que se passa. E quando eu estiver mal mas não quiser falar, tudo o que terás de fazer é exactamente o mesmo: apenas terás de mostrar que estás ali. E não me pressiones, não me forces a contar-te nada. Quanto mais o fizeres, mais eu te afastarei de mim. Mas não desistas, não desistas de mim mesmo quando eu te trato mal, te chamo nomes ou grito contigo. Eu não desistirei quando a situação se inverter. Porque até mesmo quando me disseres que já não gostas de mim, eu não acreditarei. Quer queiras quer não, quer gostes ou não, eu conheço-te. Eu sei quando não estás a falar a sério e apenas me queres afastar de ti. E também sei que esses são os momentos em que mais precisas da minha presença. Não esperes que esteja constantemente a dizer-te o quanto gosto de ti... porque se eu não gostasse, acredita, eu não estaria contigo. Mas confesso que adoro a maneira caricata que tu tens de me mostrar que me adoras. No entanto, fica sabendo que, sabe bem ouvir, não ler mas sim ouvir da tua boca, o quanto tu gostas de mim. Sabe bem receber mensagens a meio da noite ou simplesmente inesperadas. Sabe bem a surpresa... Fazeres o inesperado e apanhares-me completamente desprevenida. Sabe bem dizeres-me coisas ao ouvido e olhares-me nos olhos como se te perntence-se. Sabe bem sentir que me proteges mas também sabe bem saber que me deixas proteger-te, que me mostras as tuas fragilidades sem as encarares como fraquezas.
           Não esperes que esteja aqui só nos bons momentos. Porque quando os tempos forem dificieis será quando eu não te irei largar. As palavras não passam disso mesmo, de palavras. Mas as atitudes... as atitudes trancendem-nos. Mostram o que realmente sentimos e o quanto nos preocupamos e acarinhamos o que temos connosco. Não quero que mudes quem és mas, sê o mellhor de ti à frente de todos os outros, pois apenas eu tenho o direito de ver o teu lado pior, o teu lado lunar.