Eu adoro encostar a minha cabeça no teu peito e ouvir o bater do teu coração, enquanto tu brincas com o meu cabelo e entrelaças os teus dedos nos meus. Adoro sentir o meu corpo empurrado contra o teu, e sentir como tão organicamente eles se unem. Adoro o teu magnetismo, o teu toque, a gentileza do teu olhar e da maneira como desvias o meu cabelo para me beijares. Adoro a tua capacidade de, tão absurda e involuntariamente, controlares todos os meus movimentos na tua direcção. Tu puxas-me para ti... atrais-me. E eu tenho saudades dessa atracção. Sim, saudade. Ridícula a saudade que eu sinto de algo que me é tão fatal.
Tu matas-me, matas cada pedaço de mim, cada esperança de uma realidade melhor e tão tragicamente me atrais para os teus braços que eu não consigo evitar o meu suicídio. Tu dizes que não fazes nada para eu me sentir assim... só a tua simples existência já me destrói. É uma atracção fatal, Não consigo evitar. Mesmo sabendo que tu és o pior para mim, que és tudo o que há de errado numa relação, mesmo assim, eu não consigo fugir.
Eu não consigo não saber de ti. Eu tentei, juro que tentei, mas as circunstâncias da vida levam-me sempre a este ponto. A esta prisão. É uma prisão porque não me consigo libertar... Tu não me deixas seguir com a minha vida, e eu não consigo segui-la sabendo que tu estás aqui. Mesmo depois de todas as formas, possíveis e imaginárias, que tu foste capaz de utilizar para me magoar, eu não consigo. Eu não posso confiar em ti, nunca me deste motivos para tal e de todas as vezes em que o fiz tu desiludiste-me, magoaste-me.
Por vezes penso que nunca deveria de ter deixado que algo ente nós se passa-se, que não deveria ter permitido que aquele primeiro beijo, aquele teu primeiro toque no meu rosto tivesse acontecido. Eu pus-me a jeito para sofrer, como aliás sempre me meto, e agora não consigo sair daqui. E este aprisionamento sufoca-me.