segunda-feira, abril 23, 2012

Futilidades e inutilidades da vida

‎"O teu silêncio tomou-me os dias e todos os dias tento a aprender a viver com ele.
Tento convencer-me de que, como todos os homens és livre e podes escolher o que queres para a tua vida, mesmo que isso implique eu não fazer parte dela. Nunca saberei quando tomas-te a decisão, nem porquê. Não sei o que é amar alguém e desistir desse amor, a não ser que esteja em perigo a minha vida, por isso tento não pensar naquilo que me é impossível entender, que é alguém ter o amor entre as mãos e deixa-lo escorregar como água.
Existiu sempre dentro de mim uma força que me impeliu na tua direcção. Chama-lhe intuição ou teimosia, chama-lhe carência ou vontade, chama-lhe loucura ou sabedoria, chama-lhe desejo ou protecção, porque nessa força imensa e agora paralisada pelo teu silêncio havia um pouco de tudo. E o amor é feito de mil e um pequenos nadas que são tudo, ou quase tudo. Uma força quase sobrenatural, uma vontade acima da minha vontade, que sobreviveu semanas, meses, alimentada a sonhos e migalhas, porque antes e depois da vida há o sonho e o sonho pode sobreviver a tudo, até à morte.
Mas o fio dos dias vai tecendo à minha volta uma teia cada vez mais grossa e opaca, e sinto-me prisioneira do tempo e do silêncio, sem armas para me libertar desta rede que me entorpece os membros e me anestesia o coração. Durante o dia enquanto a luz me alimenta, consigo aceitar esta realidade, mas à noite o sonho é mais forte e a cabeça é dominada pelo coração e por isso choro, choro muito, com muitas saudades tuas." MRP

E por amor, entenda-se que existe amor para além do amor apaixonado e fogoso que se sente por um outro alguém. Existe amor de irmão, existe um amor que implica preocupação, carinho, afecto, compreensão, confiança.. Existe amor assim que foi tornado em nada e a troco de quê? De uma vida superfula.

E foi a última vez que chorei. Foi a última vez que quis saber de ti. 

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