terça-feira, junho 05, 2012

“ Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber.”

domingo, maio 13, 2012

e a vida ainda te surpreende a cada virar de esquina

Adoro hipocrisias e cinismos, adoro as manias e os mimos. Adoro as expressões de insensatez e a mentalidade que já atingiu a invalidez. Adoro estas manias de liceu, adoro estes novos conhecidos, estes novos antigos velhos amigos.

Isto não é Hollywood bebé...

"E ficar ali, estar na moda, esperar pacientemente pelo dia em que a vida muda, em que vale a pena ter nascido, vale a pena ter tido borbulhas na adolescência, vale a pena ter falhado, ter perdido, ter sofrido, ter chorado, ter acordado outra vez, todos os dias. Porque ali as coisas acontecem mesmo. Ali a vida pode mudar um dia.
Agora aqui é sempre a mesma pobreza, a mesma desistência. Até as vitórias são forjadas. E nem as derrotas são feitas de dor genuína.
Como é que uma pessoa pode sentir dores a sério se isto, nada disto é a serio, nada acontecem, e as coisas que surgem são imitações das verdadeiras coisas?
Isto não é Hollywood, bebé..."

Porque os meus Feromona são uns fofinhos

terça-feira, maio 08, 2012

"Não me deixe só que eu tenho medo do escuro"

"Não me deixe só, que eu tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro, dos fantasmas da minha voz."
Porque é que tens que ir? Porque tomaste a decisão de partir? Sei que será o melhor para ti, mas egoistamente será melhor para mim? Se por um lado acredito que foi, talvez, a melhor coisa que poderias fazer por ti, por outro acho quem nem pensaste em mim quando tomaste essa decisão, acho que nem me tiveste em consideração. E isso magoou tanto, esta sensação de abandono.... é um dejá vu. De repente, todos me abandonam, até mesmo tu. E não seria desta vez que as coisas correriam bem? Porque é que se impõem entraves? Porque é que existem obstáculos demasiado grandes para que os consigamos ultrapassar?
"Porquê?" é a única questão que se coloca na minha mente e no meu coração.

domingo, maio 06, 2012

Detesto

Detesto a incerteza e incoerência da vida. Qual surpresa a cada dia, qual quê... é mais cada sonho rasgado e chão arrancado

sexta-feira, maio 04, 2012

coragem

Gostava de ter coragem, coragem suficiente para desistir de ti. Coragem para virar-te as costas. Mas eu não consigo, eu não tenho coragem, não tenho coragem de virar-te as costas porque não tenho certeza se virias atrás de mim.

domingo, abril 29, 2012

razões para viver

          Ao longo da nossa vida entram e saem muitas pessoas. Umas saem porque as deixamos sair, outras porque as fizemos sair, outras saem porque resolveram partir e outras ainda, sem que esperássemos que isso acontecesse, sem um aviso prévio sem nada, resolvem partir.
           No entanto, existe também muita gente que entra. Muitas delas sempre cá estiveram… nós é que nunca lhes demos tanta importância como agora, e muitas outras mal conhecíamos e vieram a tornar-se mais nossas amigas que pessoas que conhecemos há anos. A amizade não se vê pela quantidade de anos que conheces alguém, mas pela qualidade de pessoa que tens ao teu lado, do amigo que te apoia e das coisas surpreendentes que fazem por ti. Pequenos gestos. Pequenos nada cheios de tudo. Nestes últimos seis meses deparei-me com seres humanos incríveis, ainda que vos conheça à muito mais tempo, alguns de vocês à realmente muito tempo, nos últimos seis meses apercebi-me da sorte que tenho em vos ter presentes na minha vida, em fazerem parte de mim de certa forma…
           Desde me ligarem para casa e obrigarem-me a ir sair, fazerem de tudo e mais alguma coisa para eu conseguir ir jantar com vocês, irem-me buscar ao trabalho e esperarem infinitamente por mim, até aturarem aquele meu mau feitio habitual, dando-me aquele abraço profundo que reconforta e é mais compreensivo do que qualquer palavra. Até mesmo por todas a vezes que me dão na cabeça eu estou agradecida.
           Há uns tempos trás pensava que estava sozinha, que tinha muita gente que chamava amigos, considerando-os como tal, mas que na realidade eram conhecidos. Muita gente que não estaria para me aturar e que nunca me apoiaria como em certos tempos houve alguém que me apoiou. Existira sempre esse vazio em mim, irei sempre em determinadas alturas sentir-me sozinha, porque há espaços que nunca serão possíveis preencher. Contudo, sei que existem muitas outras alturas em que me posso sentir completa por vos ter a vocês, amigos, não conhecidos, mas amigos, como um pilar desta coisa a que chamamos vida. Nós rimos, brincamos, chamamos nomes, chateamo-nos… mas no final do dia tudo se resume a duas palavras: Amizade e Preocupação. Duas coisas impossíveis de dissociar, pois quem é amigo preocupa e quem preocupa é amigo.
           Cada um de vocês é obviamente diferente, cada um com o seu feitio, cada um com a sua personalidade, e é isso que me faz achar-vos fascinantes. Que me faz achar-nos fascinantes. Porque de certa forma somos todos completamente diferentes, e somos pessoas que a partida nunca pensaríamos que pudessem entender-se tão bem e preocuparem-se tanto uns com os outros.
           E por isso posso dizer que adoro os momentos passados com estas pessoas que são minhas. São minhas por vários motivos, e são minhas por tempo indeterminado, mas tem vindo a ser minhas já há muitos anos, e há muitos anos que as guardo.
           Estas amizades minhas fazem-me sorrir, fazem-me ter conversas sérias, fazem-me brincar, aproveitar e ensinam-me a não me iludir. Estas amizades são a minha crença, são a minha religião. Estas amizades fazem valer a pena cada segundo. Porque estas amizades deixam-me memórias. Estas amizades comportam-se como minha família. Nela existem segredos só nossos, discussões que só nós entendemos e sobre as quais, só e apenas nós, temos o direito de opinar. Existe uma protecção, uma afinidade. Uma cumplicidade. E estas são pequenas palavras, palavras excessivamente pequenas, de tal forma pequenas que não conseguem explicar a complexidade desta amizade. Mas é isso que me fascina nela: a sua complexidade. Aquela que faz com que sejamos tão ridiculamente unidos, tão fascinantemente idiotas nos nossos gestos. Quando aprendes a ler as pessoas só com o olhar, apercebeste que não foste tu que as conquistaste, mas elas que te conquistaram a ti.
           Tenho-vos a agradecer imenso, a cada um de vocês, mas gostaria também de agradecer especialmente à minha peste. Não descartando todas as outros ou menosprezando o seu valor para mim. Mas esta pessoa esteve comigo muitas vezes, esta pessoa provavelmente preocupa-se mais comigo do que eu. Esta pessoa mantém os meus pés assentes na terra quando o meu instinto natural é vaguear pelas despreocupações, cometendo asneira atrás de asneira. Esta pessoa não se zanga comigo, chama-me à atenção. Esta pessoa tenta compreender-me e descomplicar o que eu faço questão de dramatizar. Esta pessoa deixa-me sem palavras para que eu a consiga descrever. Ela acolhe-nos na sua vida mesmo mal nos conhecendo, ela está sempre lá quando precisamos pondo-nos à frente das suas próprias necessidades. Esta pessoa é mais do que um irmão para mim. Ela faz-me ficar com um brilho nos olhos cada vez que a vejo… a expressão dela diz-me que está tudo bem. Que a vida não é tão má quanto eu julgo que seja. Que há coisas que valem a pena, e que a amizade é uma delas.
           Fazes-me ter orgulho em ti, por tudo aquilo que és. É raro dizer isto de alguém, mas tu és naturalmente boa pessoa. Tu não suportas ver ninguém a precisar de ajuda e não fazer nada. E por favor, não mudes. Essa é uma das melhores qualidades que tens e que deves sempre preservar. Por isso, João, eu posso ser horrível contigo, mesmo sem intenção, que tu, ainda que chateado, agarras o meu braço, puxas-me e dás-me um abraço apertando-me com a maior força do mundo como que se me dissesses que eu posso confiar em ti, que tu não me vais deixar como outras pessoas já o fizeram. Dás um novo sentido ao meu conceito de amizade, e por isso estou-te eternamente grata.
           No entanto, eu tenho muitas outras pessoas a quem agradecer. Por arrancarem sorrisos, por conversas, por momentos, por amizades inexplicáveis. Sei lá… por tudo e por nada.

           Eu sei que desejar o para sempre é ser ingénua… Ainda assim, desejo que, onde quer que a vida nos leve, não nos esqueçamos um dos outros. De todas as lições que aprendemos uns com os outros e daquilo que nos uniu. Porque eu não quero passar por vocês na rua e fingir que não vos conheço, ou ter-vos como garantidos e um dia aperceber-me de que vos perdi. Eu quero isto! Quero este companheirismo, para um bom e para o mau. Quero esta união. Porque se não for por isto, de que vale a pena viver?

segunda-feira, abril 23, 2012

Futilidades e inutilidades da vida

‎"O teu silêncio tomou-me os dias e todos os dias tento a aprender a viver com ele.
Tento convencer-me de que, como todos os homens és livre e podes escolher o que queres para a tua vida, mesmo que isso implique eu não fazer parte dela. Nunca saberei quando tomas-te a decisão, nem porquê. Não sei o que é amar alguém e desistir desse amor, a não ser que esteja em perigo a minha vida, por isso tento não pensar naquilo que me é impossível entender, que é alguém ter o amor entre as mãos e deixa-lo escorregar como água.
Existiu sempre dentro de mim uma força que me impeliu na tua direcção. Chama-lhe intuição ou teimosia, chama-lhe carência ou vontade, chama-lhe loucura ou sabedoria, chama-lhe desejo ou protecção, porque nessa força imensa e agora paralisada pelo teu silêncio havia um pouco de tudo. E o amor é feito de mil e um pequenos nadas que são tudo, ou quase tudo. Uma força quase sobrenatural, uma vontade acima da minha vontade, que sobreviveu semanas, meses, alimentada a sonhos e migalhas, porque antes e depois da vida há o sonho e o sonho pode sobreviver a tudo, até à morte.
Mas o fio dos dias vai tecendo à minha volta uma teia cada vez mais grossa e opaca, e sinto-me prisioneira do tempo e do silêncio, sem armas para me libertar desta rede que me entorpece os membros e me anestesia o coração. Durante o dia enquanto a luz me alimenta, consigo aceitar esta realidade, mas à noite o sonho é mais forte e a cabeça é dominada pelo coração e por isso choro, choro muito, com muitas saudades tuas." MRP

E por amor, entenda-se que existe amor para além do amor apaixonado e fogoso que se sente por um outro alguém. Existe amor de irmão, existe um amor que implica preocupação, carinho, afecto, compreensão, confiança.. Existe amor assim que foi tornado em nada e a troco de quê? De uma vida superfula.

E foi a última vez que chorei. Foi a última vez que quis saber de ti. 

sábado, abril 21, 2012

cartas a um desconhecido

          Não esperes que corra sempre atrás de ti, vai haver dias em que espero que o faças por mim. Não esperes que seja eu a dar o primeiro passo em tudo, vai haver dias em que esperarei que sejas tu a convidar-me para sair, que sejas tu a vires ter comigo, que sejas tu quem diz "bom dia" ou que sejas tu quem sente falta. Não esperes que me faça de convidada para te acompanhar a algum lado; se não me perguntares se quero ir eu também não direi nada. Não esperes que te peça para me vires acompanhar a casa, na maioria das vezes não o farei porque ainda sou muito senhora do meu nariz, mas gosto de ter mais uns minutos ao teu lado antes de ires embora. Não esperes que te pergunte onde estás ou com quem estás a toda a hora, ou que te pergunte sequer tal coisa, cabe-te a ti dizer-mo se achares importante e respeitoso dizer-me tal. Eu não te irei controlar. Irei ficar ruida por dentro por saber o que andaste a fazer eu irei ficar inquietante quando não me responderes, mas nã te direi nada, acredita que não irei demostrar qualquer tipo de descontentamento. Mas quando a desconfiança se instalar, quando eu também não te disser nada de mim, não me culpes por jogar perante as tuas regras.
           Não esperes que pergunte como estás a cada 5 segundos... porque quando eu perguntar e tu não quiseres responder, eu não perguntarei novamente. Quando estiveres preparado para me contar, estarei de ouvidos, ajudar-te-ei, irei encostar-te contra o meu peito, abraçar-te e dizer-te que irá tudo correr bem, mas terás de ser tu a dizer-me o que se passa. E quando eu estiver mal mas não quiser falar, tudo o que terás de fazer é exactamente o mesmo: apenas terás de mostrar que estás ali. E não me pressiones, não me forces a contar-te nada. Quanto mais o fizeres, mais eu te afastarei de mim. Mas não desistas, não desistas de mim mesmo quando eu te trato mal, te chamo nomes ou grito contigo. Eu não desistirei quando a situação se inverter. Porque até mesmo quando me disseres que já não gostas de mim, eu não acreditarei. Quer queiras quer não, quer gostes ou não, eu conheço-te. Eu sei quando não estás a falar a sério e apenas me queres afastar de ti. E também sei que esses são os momentos em que mais precisas da minha presença. Não esperes que esteja constantemente a dizer-te o quanto gosto de ti... porque se eu não gostasse, acredita, eu não estaria contigo. Mas confesso que adoro a maneira caricata que tu tens de me mostrar que me adoras. No entanto, fica sabendo que, sabe bem ouvir, não ler mas sim ouvir da tua boca, o quanto tu gostas de mim. Sabe bem receber mensagens a meio da noite ou simplesmente inesperadas. Sabe bem a surpresa... Fazeres o inesperado e apanhares-me completamente desprevenida. Sabe bem dizeres-me coisas ao ouvido e olhares-me nos olhos como se te perntence-se. Sabe bem sentir que me proteges mas também sabe bem saber que me deixas proteger-te, que me mostras as tuas fragilidades sem as encarares como fraquezas.
           Não esperes que esteja aqui só nos bons momentos. Porque quando os tempos forem dificieis será quando eu não te irei largar. As palavras não passam disso mesmo, de palavras. Mas as atitudes... as atitudes trancendem-nos. Mostram o que realmente sentimos e o quanto nos preocupamos e acarinhamos o que temos connosco. Não quero que mudes quem és mas, sê o mellhor de ti à frente de todos os outros, pois apenas eu tenho o direito de ver o teu lado pior, o teu lado lunar.

segunda-feira, abril 16, 2012

acasos

E exigimos sempre mais e mais, não nos contentamos com o máximo que uma pessoa pode dar. E por esse mesmo motivo procuramos infinitamente pelo "melhor partido", acabando por partir muitos corações pelo caminho. O amor, bem como outros valores da vida, tornou-se uma banalidade. Uma obscena banalidade! Quem hoje nos parte o coração, já veio de coração partido para nós.

domingo, abril 15, 2012

Deixa-me

Deixa-me ! Deixa-me ceder aos vícios deste submundo e dar vida ao meu corpo entorpecido. Estou vazia, por isso deixa-me dar-lhe alegria. Deixa que eu saia deste meu corpo que não passa de um recipiente para a minha alma. Mas a minha alma trancende-me. Sou mais do que esta prisão me deixa ser. A minha mente flutua, viaja, sonha... percorre caminhos que as minhas pernas não. O meu corpo permanece imóvel e eu não sinto nada. Deixa-me ceder aos vícios desta vida porque eu tenho necessidade de sentir. Os meus sentidos adormeceram... não sinto dor, não sinto amor, não sinto magoa nem sequer rancor. Eu simplesmente não sinto.

quarta-feira, abril 04, 2012

cicatrizes no coração

Pegaste nele, amachucaste-o, queimaste-o, pisaste-o, esqueceste-te dele... e devolveste-mo como se eu soubesse a cura para todas as doenças, como se eu tivesse a solução para todos os problemas... Quando tudo o que era preciso era teres cuidado dele.

sexta-feira, março 30, 2012

Vou ali ser feliz e já volto



"Ontem chorei. Por tudo o que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo o que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra quotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. tua. Nossa culpa. Por tudo o que foi e voou. E não volta mais, porque hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto."
Caio Fernando Abreu

quinta-feira, março 29, 2012

Caio Fernando Abreu

‎"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás."

Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, março 16, 2012

atracção fatal (?)

          Eu adoro encostar a minha cabeça no teu peito e ouvir o bater do teu coração, enquanto tu brincas com o meu cabelo e entrelaças os teus dedos nos meus. Adoro sentir o meu corpo empurrado contra o teu,  e sentir como tão organicamente eles se unem. Adoro o teu magnetismo, o teu toque, a gentileza do teu olhar e da maneira como desvias o meu cabelo para me beijares. Adoro a tua capacidade de, tão absurda e involuntariamente, controlares todos os meus movimentos na tua direcção. Tu puxas-me para ti... atrais-me. E eu tenho saudades dessa atracção. Sim, saudade. Ridícula a saudade que eu sinto de algo que me é tão fatal.
Tu matas-me, matas cada pedaço de mim, cada esperança de uma realidade melhor e tão tragicamente me atrais para os teus braços que eu não consigo evitar o meu suicídio. Tu dizes que não fazes nada para eu me sentir assim... só a tua simples existência já me destrói. É uma atracção fatal, Não consigo evitar. Mesmo sabendo que tu és o pior para mim, que és tudo o que há de errado numa relação, mesmo assim, eu não consigo fugir.
          Eu não consigo não saber de ti. Eu tentei, juro que tentei, mas as circunstâncias da vida levam-me sempre a este ponto. A esta prisão. É uma prisão porque não me consigo libertar... Tu não me deixas seguir com a minha vida, e eu não consigo segui-la sabendo que tu estás aqui. Mesmo depois de todas as formas, possíveis e imaginárias, que tu foste capaz de utilizar para me magoar, eu não consigo. Eu não posso confiar em ti, nunca me deste motivos para tal e de todas as vezes em que o fiz tu desiludiste-me, magoaste-me.
         Por vezes penso que nunca deveria de ter deixado que algo ente nós se passa-se, que não deveria ter permitido que aquele primeiro beijo, aquele teu primeiro toque no meu rosto tivesse acontecido. Eu pus-me a jeito para sofrer, como aliás sempre me meto, e agora não consigo sair daqui. E este aprisionamento sufoca-me.

segunda-feira, março 12, 2012

É um desespero humano.

          É ridículo. Ridiculamente estapafúrdia toda esta dinâmica do suposto amor. É inconstante, incoerente, enervante, inquietante e estranhamente injusto. Olhas a tua volta e até aquele amigo que tu pensas que nunca irá ter ninguém, aquele amigo que toda a gente tem, de repente aparece à tua frente enamorado... e tu ficas para trás. A vida deixou-te para trás e o amor passou tão fugazmente à tua porta que nem te viu. e tu questionaste, questionaste se o problema serás tu, serão os outros, será a tua sorte maldita ou será a tua maneira de enfrentares a vida que te cega para todo um mundo de possibilidades. Será o preocupares-te demais com os outros e de menos contigo, será o simplesmente teres desistido de tentar...? É mais fácil ficar à beira, ficar na plateia e não participar, não correndo o risco de nos magoar.
          E depois vem o arrependimento. Arrependimento por teres conhecido pessoas que te magoaram de tal forma que deixaram cicatrizes em ti. Cicatrizes que te impedem de conseguires avançar, de arriscar, e dar o tudo por tudo que o amor tanto exige. Obriga-nos a ser contidos no amor. Mas não existe tal coisa de conter o amor, ou se ama ou não se ama. Ter medo de amar, é não amar. É nunca ter sido amado, ou pelo menos nunca ter sentido que o era,  e por isso também não saber como amar. É um erro crasso da nossa constituição cuja culpa reside na nossa figura paternal: quer seja por elevar tanto a fasquia, resultando daqui uma procura infinita por um homem que a transcenda; quer por a manter tão incrivelmente baixa, fazendo com que tenhamos uma atracção fatal, literalmente fatal, pelos tão típicos fiascos, pelos tão típicos "nadas" que só nos puxam para uma obscuridade imensa e nos fazem sofrer tanto ao longo da vida.
          Às vezes sinto falta das minhas relações falhadas. Não tanto pela relação em si, mas pela sensação de ser amada, de ser desejada, ainda que pudesse ser uma mentira, na qual eu tenta-se, tão teimosa e constantemente, acreditar ou ainda que não nutrisse tal amor pela outra pessoa. Porque acontece... Acontece estarmos tão sedentos de amor que acabamos por não destingir a diferença entre ser amado e amar. Acabamos por nos conformar com o amor de outrem tentando convencer-nos de que os amamos também... Mais do que um conformismo, é um desespero humano por amor.
          De cada relação guardo uma memória, acho que todos nós o fazemos, e em cada memória guardo um carinho especial. Talvez até guarde um desejo secreto de que um dia mais tarde, nas encruzilhadas da vida, nos cruzemos e talvez ai possamos amar os dois na mesma medida e estarmos mais conscientes desse amor. às vezes, tão ingenuamente, penso que todo o tempo que decorre depois de acabar cada uma destas minhas relações passadas, é um tempo necessário para alcançar um fim inevitável de nos voltarmos a encontrar.O problema é que penso o mesmo de quase todas as relações passadas. Dai gostar de manter esta estranha amizade com o meu passado. E depois sussurro-lhe ao ouvido coisas como: Deixa-me. Mas não me deixes eternamente. Deixa-me só neste momento para que eu possa sentir a tua falta e por fim voltar para os teus braços como se fosse da primeira vez.

sábado, março 03, 2012

vocês sabem lá...

          Eu quero acreditar que tu irás mudar, que irás finalmente crescer e atingir a maturidade necessária para perceberes a dimensão das tuas acções. Todos me dizem que é isso que irá acontecer... Mas eu sinceramente, não sei. Custa-me muito acreditar em tal mudança. Depois do que eu vivi, depois do que eu já vi.. depois de tudo o que já soube e confirmei, os meus contos de fadas não me conseguem iludir nesta história. Só irei acreditar nisso quando tiver provas concretas de tal, caso contrário serás sempre o mesmo para mim, uma criança inconsciente que só pensa em si. Já quis acreditar que um dia te aperceberias de todos os teus erros  e que os tentarias, pelo menos, amenizar... Mas agora tenho certezas de que isso nunca irá acontecer. Nunca terás uma consciência minimamente critica que te permita avaliar tal. E irei sempre culpar-te... porque embora o teu desprezo ainda hoje me magoe, estás no teu direito de nunca mais me queres ver, falar, saber de mim. DO que tu não tens direito, é de arruinar a minha vida, de me difamar, de inventar historias. Eu não te dei esse direito, esse poder.
         Já lá vai tanto tempo, tanto tempo desde o inicio deste sofrimento e mesmo assim ele ainda não me largou. Ele ainda me persegue por todos os recantos do meu pensamento. Grande parte das minhas memórias têm, de forma directa ou indirecta, a tua impressão gravada. Algo com o qual eu tenho vindo a aprender a lidar, mas por vezes torna-se inevitável.
         Contudo, o que mais me irrita, aquilo que me deixa fora do meu ser, é o facto de, mesmo depois de tudo o que tu já me fizeste, eu ter saudades do que já foi.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Haja

Haja paciência quando a vida resolve estagnar; 
Haja calma quando a ansiedade aperta; 
Haja esperança quando rodeados de desilusão; 
Haja saudade quando a recordação chega; 
Haja sabedoria para destingir quem nos faz falta de quem ao teu mundo não pertence; 
Haja perseverança para alcançar os teus objectivos; 
Haja paixão para nunca desistir da vida; 
Haja coragem para seguir em frente e não olhar para trás. 

sábado, fevereiro 18, 2012

o problema dos homens são as mulheres

          O maior problema dos homens que já tiveram muitas mulheres, é amá-las a todas. É o não saber esquecê-las que os atormenta. Porque sejamos sinceros, uma mulher será sempre inesquecível. Existe uma ternura, um carinho maternal que encanta todos os homens, que os leva a cometer as maiores loucuras. O problema dos homens talvez não seja o amar de menos, mas talvez o amar demais. É esse demais que nos magoa, a nós mulheres, e eventualmente a eles, já que lhes causa alguma solidão e descontentamento após muitos momentos de fervor, de uma ansiedade de prazer imensa, de uma sede pelo corpo apelativo de uma mulher.
          Mas como os pudemos censurar? O mundo feminino tem algo fascinante, algo hipnotizaste, algo que faz com que a mulher pareça uma dádiva divina mesmo quando apenas pretende ser resultado dum acaso mortal. A mulher, não importa o seu tamanho e feitio, porque em todas as suas formas ela fascinará sempre um homem. Quer seja pela forma como os seus olhos conduzem discretamente os movimentos dos seus pares, ou a quase inconsciente sedução do seu corpo: a sua face, o seu pescoço, toda aquela distância até os seus seios que nos faz suspirar, a curvatura do seu corpo até à proeminência enfeitiçante das suas ancas, e as suas pernas... como o sublime vislumbre das pernas de uma mulher causam desejo. Até a forma, caricata e menina, como desvia o cabelo da sua face é sedutora.
          Provavelmente o corpo feminino é a obra de arte mais magnifica. Não pretendendo menosprezar o real valor do homem, nada disso. Mas uma mulher sorri educadamente às adversidades, uma mulher interrompe o seu pranto de choro envolto em magoa por se deixar atropelar pelo seu instinto de protectora. Uma mulher ama um homem mesmo sabendo que este já foi amado por outras mulheres e as deixou. Uma mulher ama um homem, ama-o mais do que qualquer outra coisa na vida, porque amar é o único e verdadeiro sinónimo de viver, mesmo sabendo que ele nunca deixará de amar todas as outras mulheres. R.S.

terça-feira, janeiro 24, 2012

A vida magoa-me tanto que neste momento a minha indiferença apenas retrata a tolerância que lhe tenho. Ultimamente, a vida, como todas as coisas que a implicam, metem-me nojo. Tenho-lhes um pudor que não de mede. Mas a vida, é como um peso que me vai empurrando cada vez mais para baixo impedindo-me cada vez mais de ver aquele feixe de luz.